O delírio da igualdade

A sociedade nos faz acreditar que podemos ser tudo o que quisermos ser, basta esforçar-se. O único detalhe é que se o esforço não estiver alinhado com a sua natureza, o que você cria é um personagem.

A imagem daqueles que julgamos belos e bem sucedidos direciona a nossa energia e passamos a imitar.

Nada de errado em mover-se em direção aos que nos inspiram. Porém, os ídolos de hoje em dia não são tão apreciados pela grandeza de caráter mas pelo sucesso midiático: modelos, atletas, artistas, blogueiras, empresários de sucesso.

Acreditamos que a imagem é melhor que nós mesmos, e isso inibe ou diminui a a nossa expressão natural para que possamos nos tornar aquilo que não somos.

Tomamos o mundo de imagens como real enquanto aquilo que se sente, uma ‘viagem’, um delírio. A objetividade racional sobressai-se à subjetividade emocional. Não importa o que se sente, o importante é parecer bem.

Podemos passar a existência tentando ser alguém que não encontra ressonância interna. Podemos talvez nos tornar ricos, sarados, famosos, poderosos pelo esforço, mas artificiais e vazios se não houver sustentação emocional. Para tornar-se aquilo que se é, na melhor versão, é preciso em primeiro lugar, levar-se a sério e honrar os próprios sentimentos, qualidades e defeitos individuais

Cada ser vivo evolui de acordo com o ambiente e estímulos, desenvolve ou não certas características e habilidades, e carrega um código genético ligeiramente diferente um do outro. Biologicamente somos diferentes.

Não existem duas pessoas iguais, nem mesmo gêmeos univitelínicos. Igualdade é conceito que só existe na imaginação humana. Esse mito só serve para manter a ordem social. Somos iguais perante Deus ou a crição, ok, mas diferentes no mundo natural. Portanto, qualquer tipo de massificação ou verdade absoluta é um delírio, e a comparação, uma insanidade.

O que é real é natural.

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